quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Ensaio 0.7 - Sob o Guarda-chuva...




Uma noite de chuva.

Foi numa noite qualquer, num período qualquer.
Chovia. Chovia forte. Chovia muito.
Dois estranhos. Sim, eles se conheciam. Eram estranhos apenas para os outros...
Um coadjuvante. Ele não será citado aqui.
Eram apenas dois estranhos sob um pequeno guarda-chuva.
SIm. Havia um guarda-chuva. Era pequeno, mal dava para os dois.
Um garoto e uma garota. Dois jovens estranhos.
Estava frio, estava escuro. Estava molhado também.
Eram apenas dois estranhos sob um pequeno guarda-chuva, numa noite chuvosa.
Foi uma noite inesquecível...
Voltavam para casa. Ele e ela. Ele a levava para casa.
Juntos.
Abraçados e espremidos sob aquele pequeno guarda-chuva, menor que o juízo dele...
Estava frio, estava escuro. Mas quem se importa?
Estava molhado também. Úmido. Mas e daí?
Era perfeito.
Juntos, seguiam em frente.
Ela contava histórias engraçadas. Sorria. Implicava com ele.
Ele fazia comentários idiotas. Ria. Implicava com ela.
Se envolviam  e se inebriavam.
A felicidade é um pouco estúpida. Mas está nos pequenos instantes...
Juntos, seguiam em frente.
A certa altura do percurso, ela reclamou de cansaço.
Seria verdade? Seria um motivo? Seria uma desculpa?
Ele se ofereceu para carregá-la nos braços.
Sob um pequeno guarda-chuva essas coisas acontecem.
Ela riu, ele riu, eles riram.
Ele sabia que não era forte o bastante.
Ela sabia que ele não conseguiria ir muito longe.
Ele a tomou nos braços e seguiram juntos.
Eram apenas dois estranhos sob um pequeno guarda-chuva, numa noite chuvosa.
Era uma situação estranha.
Ela continuou implicando e sorrindo. Era uma combinação incomum...
Ele continuava sorrindo e implicando. Não era de todo inédito...
A chuva continuava a cair.
Por algumas quadras, ele conseguiu. Mas...
A certa altura do percurso, ele não aguentava mais.
Ela percebeu, e falou que já não estava mais cansada.
Ele prometeu que um dia a carregaria nos braços, por todo o caminho.
Ela assentiu, sorrindo, e disse que jamais se esqueceria da promessa.
Era engraçado. Era estranho. Era aceitável. Era perfeito.
Risos.
Juntos, seguiam em frente.
Ele a olhava com outros olhos.
Ela o olhava com os mesmos olhos que o fizeram olhá-la daquele jeito.
Eram apenas dois estranhos sob um pequeno guarda-chuva.
E um coadjuvante encharcado e aborrecido. Passemos.

Aos poucos, a chuva abrandava.

Eis o fim do percurso.
Eles se olharam. Era a hora da despedida. O desfecho.
Ela sabia de alguma coisa.
Ele não sabia de nada.
Um abraço apertado. Um beijo simplório. Se despediram.
Ela se foi. Atravessou a rua. Os caminhos se separam.
Ele a observou partir.
Agora ele sabia.

O que importava de verdade era o jeito como ela olhava para ele, naquela noite chuvosa.
E como ele olhou para ela.
A chuva também se fora.
Era hora dele ir, também.
Eram apenas dois estranhos seguindo para casa.
E uma estranha sensação...
Adeus.




 **Dedicado à garota daquela noite inesquecível. A minha adorável (e intragável) Uxa.**


(Next: Ensaio 0.8 - Guloseimas)

- Image by Fbuk; Umbrella figure, in Deviantart. -












4 comentários:

  1. PQ CE LEVOU A UCHA NA GUARDA CHUVA E DEIXOU O ~COADJUVANTE~ SE MOLHAR ?????????????? E A AMIZADE ???? HEIN HEIN AFFFF TUDO POR UM PAR DE SAIAS DECEPÇÃO

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  2. Pergunta interessante... a resposta é simples. Porque a Uxa era mais importante... e o coadjuvante era um merda, opa, um amigão que não se importou em se molhar. Não esquenta, ele não tava nem aí mesmo... Foi malz, Parêia! ^^ P.s.: Muita gente no meu lugar faria o mesmo... o.O

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  3. kkkkkkkkkk
    Você...
    <3

    Ass: Ucha ;)

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