quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Perfil - Feliz Ano Novo!!!




"Shin nen Akemashite Omedetou Gozaimasu!! Rainen mo yoroshiku ne!!"

  Me disseram que essa frase aí em cima significa "Feliz Ano Novo!" em japonês... ou pelo menos seria o equivalente a isso (ou até mesmo algo levemente semelhante, na pior das hipóteses). Enfim, é exatamente essa a mensagem que gostaria de passar a todos vocês, que vez ou outra aparecem por estas bandas: FELIZ ANO NOVO!!! Que seja um ano cheio de felicidades, realizações, conquistas... em outras palavras, o pacote completo. Desejo a todos um feliz 2010! (e quem sabe neste ano novo que surge diante de nós,  possamos nos esbarrar novamente?) Até!!

P.s.: Devido a um "pequeno" problema de acesso, um transtorno na plataforma do Google que dá suporte a este blog (no caso, o Blogger), infelizmente terei de deixar o "Ensaio 0.1 - Bonsai", o "Prólogo II" e até mesmo um singelo "Especial" que preparei para o Dia de Natal, para depois. Mas 2010 vem aí, e quem sabe ele me ceda a oportunidade de postá-los?

Image on Deviant art: 2010_by_smLLan

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Perfil - Sobre o Autor


  O final do ano se aproxima... e creio que ainda não me apresentei como se deve. Afinal de contas, por onde anda a tal da boa educação? E além do mais, também estava sentindo falta de um espaço onde eu poderia falar-lhes diretamente... então, eis que surge a  seção "Perfil", nada muito elaborado, confesso, mas ainda assim, um cantinho apenas do autor, onde me comunicarei diretamente com os poucos e prezados leitores que por vezes caminham por estas pradarias.
  Então, vamos às formalidades: meu nome é Bruno Felix Amaral, um escritor amador, como podem perceber, atualmente cursando Jornalismo pela Faculdade Maurício de Nassau, prestes a entrar no 3° período (assim que driblar a recuperação final e recuperar o fôlego nas minhas tão sonhadas férias...) e também, pasmém! Webdesigner nas horas vagas. Não sei se gostaram do meu currículo, mas eu posso conviver com isso. Quanto a minha personalidade, eu não sou muito bom em falar nisso. É uma pequena deficiência em descrições que me acompanha desde que li Machado de Assis... posso falar apenas pela voz de outras pessoas, e como uns me acham louco e outros me acham idiota, passemos adiante.
  Criei o "Setor 3", este blog "interessante" (eu acho) que vocês estão acessando neste exato momento, para expor textos, ensaios (sejam contos ou poesias), letras, rascunhos, enfim... todas as idéias que saem dessa minha cabeça oca cheia de imaginação e pensamentos absurdos. Se bem que... uma vez me disseram que um bom escritor escreve com seu sentimento... e é isso que eu tento fazer aqui. Portanto, deixe-me corrijir: "(...) todas as idéias que fluem de um abismo chamado sentimento". Pode parecer meio piegas, mas ignora e vai andando.
  Espero que tenham me conhecido melhor... e que essa seção sirva para alguma coisa, no futuro.
  Até a próxima! 

  P.s.: Observações quanto às seções atuais do blog: Os Ensaios são contos mesclados com poesias e citações; Os Prólogos são rascunhos, e fazem parte de uma introdução ao romance que pretendo escrever em breve (interessados, aguardem novas postagens); Logo, logo, mais seções surgirão, aos poucos, enquanto vou engatinhando modestamente em direção ao aperfeiçoamento de minha técnica. Obrigando pela atenção!

(Em breve - Ensaio 0.1 e Prólogo II)

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Ensaio 0.9 - Indefinível...




"Traduza em uma única palavra..."

  Foram poucas as pessoas que conseguiram passar por tão raro e maravilhoso momento. Foi naquela noite que eu a vi completamente: um anjo de beleza, atitude e personalidade indefiníveis. O seu sorriso dissipava as tormentas e o seu olhar me convidava à eterna felicidade; seus lábios continham o néctar milagroso dos deuses e o seu toque arrebatava o coração dos pecadores. Eu era um pecador.
  Juntos, conversamos sobre o paraíso e o inferno. Vislumbramos a alegria e o sofrimento. Prometemos. Deixamos a amizade preservada em nome da vida. Em nome de algo mais... Sorrimos.
  Um beijo. Como pôde um pecador beijar os lábios encantadores de um anjo? Mas que blasfêmia! Não importa, eu evoco a loucura, eu sou o precussor de um milagre. E o valor de um milagre é... impossível de ser traduzido em uma única palavra.

INDEFINÍVEL

"Como o amor, e outros demônios.
Como a essência da felicidade nos pequenos instantes.
Como o alívio ao perceber que está tudo bem.
Como ter a certeza de que alguém acredita em você.
Como o doce sabor do primeiro beijo.
Como a experiência de vivenciar um final feliz.
Como realizar o desejo mais desesperado de seu coração.
Como jamais despertar de um sonho imensuravelmente bom..."

...

  Abro os olhos. Estou sentado numa das muitas carteiras da sala 308. O que houve? Teria dormido? Eu estava muito cansado... Cansado de tudo. Mas de repente, naquele momento sublime...
  Olho para os lados, para todos os lados ao meu redor. Eu vejo as pessoas, aquelas mesmas pessoas em tons de cinza. Eu vejo um cenário em preto e branco, tosco e sem vida. Mas não as cores primordiais... Onde está o anjo que me salvou da beira do abismo? Eu a procuro com os olhos, mas já não posso ver... Um único e terrível pensamento me faz entrar em desespero, mas eu não quero acreditar. Teria sido apenas um sonho? Um sonho, apenas...
...

  Uma carteira está vazia. Todos parecem me ignorar, e quando finalmente me escutam, me chamam de louco. "Um anjo?"- me dizem. "Anjos não existem. Jamais a vi." Não, não me digam que ela nunca existiu... por favor. Saio em disparada, atravesso os corredores, perco as esperanças. Eu me lembro... foi tudo real. Tem que ter acontecido. Tem que ser verdade! Será que estou sonhando que ela nunca existiu? Ou será ... será que eu estava sonhando que ela um dia existira? O que é sonho e o que é real?
  Eu não consigo escapar. Tons de cinza sobre um fundo preto e branco... É o inferno. O verdadeiro inferno é viver em um mundo onde você não possa existir...
  Sigo, sem fôlego, e chego na praça. As estátuas de mármore me encaram. Elas parecem saber de alguma coisa... "Por que sonhar? A sua sina é a morte. Os seus pés têm de tocar no chão frio da realidade. Anjos não dizem "eu te amo". Momentos como aquele são meras ilusões. Os sonhos deixarão de ser sonhos quando se tornarem realidade, e essa mesma realidade é o verdadeiro juíz, e também o carrasco dos seus sentimentos. Desista!"
  Não. O ponto de ônibus, a minha última parada. Não a vejo. Não há ninguém. Tiro o celular do bolso, procuro o número dela na lista de contatos. Inexistente. Por quê? Por que acreditar num sonho, mesmo que ele se assemelhe à realidade? O pecador está fadado ao sofrimento. Então, o pecador se agarra ao amor. Sem saber... sem saber que o amor não passa de uma quimera criada para tranquilizar os homens. Para resgatá-los do desespero. Mas, no fundo, é apenas uma segurança invisível...
  Eu lembro dos nossos poucos momentos juntos. Cada um deles passa pela minha mente neste instante. Eu os vivencio mais uma vez. Uma lágrima escapa e timidamente chega ao chão. Droga! Não chore... não devo chorar. Essa é a vida.
  A lembrança de um velho amigo se aproxima. É apenas uma lembrança... de algo que ouvi há muito tempo:
  "Vale a pena amar? Vale a pena gostar de alguém?"
  O dilema do ouriço. Era uma fábula interessante... Eu sempre tive dificuldade em me aproximar das outras pessoas. Medo de me apegar a elas e acabar pagando o preço. Porque eu sabia... pior do que viver a dor de se estar sozinho é viver a dor de pagar o preço... ao se importar com alguém.
  O dilema do ouriço. Quando dois ouriços decidem ficar juntos, eles têm de suportar a dor causada pelos próprios espinhos. Eis o dilema - o que é mais importante: a necessidade de ficarem juntos ou o medo de ambos ao sofrer a dor alucinante provocada pelos seus espinhos? Assim também são os seres humanos...
  É, eu me lembro. Mas... Mesmo que tenha sido apenas um sonho... mesmo que jamais tenha acontecido de verdade... Eu sinto que tudo valeu a pena. Porque tudo vale a pena por você...
  Fecho os olhos e me imagino mais uma vez do outro lado...

...

  Abro os olhos. Estou sentado num banco de praça, é noite, um anjo me abraça suavemente, sussurando palavras gentis em meu ouvido. Então...
  - Você adormeceu por um instante... estava muito cansado. Mas eu cuidei de você...
  Eu a abraço forte e beijo os seus lábios. Então... não fora um sonho. Ou fora? Uma sensação indescritível invade o meu peito, e sinto que não importa. Apenas viva o momento. Sim, vale a pena gostar de alguém... Eu jamais estarei sozinho. Você me ensinou isso... me ensinou algo muito importante, e eu serei eternamente grato. Mesmo que um dia, nossos caminhos se separem... eu agradeço por ter surgido em minha vida! Por ter surgido em meus sonhos...
  - Você sabia que os anjos não dizem "eu te amo"? - perguntei, sorrindo. - Porque não existem palavras para descrever um sentimento como o amor. Em vez disso, eles apenas vivem plenamente o indefinível...
  Ela sorriu. Então, falou docemente, estreitando o olhar enigmático e sedutor:
  - Traduza em uma única palavra o que aconteceu hoje...
  Eu a beijei.

**Dedicado a um anjo de beleza, atitude e personalidade indefiníveis. Obrigado por existir, Dri.**

(Next: Ensaio 0.1 - Bonsai)

- Image Credits: Wandering Angel by Kencho, on Deviantart. -

 

domingo, 22 de novembro de 2009

Ensaio 0.8 - Guloseimas





  - Você é um chato, um grosso, ignorante e idiota. - declarou ela, da forma mais gentil que pode encontrar, o que não necessariamente significa uma boa coisa. Parecia estar realmente estressada naquela noite, e para piorar toda a situação, havia sido provocada de uma forma revoltante. O estranho, aquele desgraçado petulante, tinha ousado roubar a sua deliciosa surpresa de uva!
  - Calma, guria. Muita calma nessa hora... -  e comeu o doce numa bocada só. - Por que você não toma um pouco de Coca-cola? Quem sabe assim você... - ia dizendo ele, oferecendo a latinha do precioso líquido, como quem sela a paz, mas foi bruscamente interrompido por um berro.
  - Mas essa coca era minha!!! É minha! E é lógico que EU vou bêbe-la, sozinha! Me dá isso aqui! - e tomou a latinha das mãos do coitado. Que violência! Ele sorriu, irônico.
  - Bem que me falaram que "nunca se deve fazer cócegas num dragão adormecido..." - murmurou, mas dissera a coisa errada.
  - O QUE FOI QUE VOCÊ DISSE?! TÁ DOIDO, É?!
  - ...
  Ela soltava fumaça pelas narinas, estava vermelha como se o sangue estivesse fervilhando, o olhar brutalmente assassino. O indivíduo percebeu o perigo eminente, e foi tratando de mudar logo o discurso, assumindo um tom condescendente:
  - Olha, guria, veja pelo lado bom. Ultimamente, você tem comido muitas besteiras e se continuar assim, vai acabar ficando, digamos, "fofinha"... assim, considere o que fiz como uma ajudinha...
  - PAF!
(...)

  A garota das guloseimas olhava através da janela. Observava o mundo. As pessoas, jovens, maduras, caretas, estilosas, descoladas, certinhas, puritanas, pervertidas, porra-loucas, intelectuais e bêbados, de todas as tribos, passavam lá embaixo. Era um amálgama de personalidades diversas e pensamentos distintos, definido simplesmente (tanto pelos estúpidos quanto pelos especialistas) como FACULDADE. Ela sorriu para si mesma. Tinha conseguido.
  O mesmo "chato" de antes se aproximou cautelosamente dela, que ainda observava o movimento lá fora, distraída. Ele se acomodou no suporte de braço da carteira, de modo que mesmo sentado pudesse ver através da janela. Ela notou a presença dele e deu um muxoxo de impaciência.
  - Lá vem...
  Ele sorriu, em resposta.
  - Sabe, se você olhar atentamente, ainda é possível ver a marca que a sua mão fez na minha cara... Não precisava ter ido tão longe.
  Ela deu uma risadinha maldosa, e depois sorriu. Ainda parecia um pouco assustadora.
  - Você mereceu. Bem feito!
  Talvez tivesse razão.
  - Tudo bem... me desculpe então. Aceite isso, como uma compensação pelos meus comentários... - e, retirando um bombom de chocolate do bolso, ofereceu a ela. Era um Sonho de Valsa.
  - Olha só, o grosso sendo gentil... que milagre.
  - É sério, foi mal.
  - É, foi mal meeeesmo. Mas eu não posso aceitar.
  - Por quê?
  - Não como chocolate. - Ela tinha um bom motivo para recusar. E quanto à promessa? Um Sonho de Valsa é tentador demais...
  - Pode aceitar, não está envenenado. Ou será que você levou a sério o que eu disse a respeito de "ficar fofinha"? Tá de regime agora, é?
  - Calado. Pare de falar que eu vou ficar gorda.
  - Tá bom...
  - Olha, é uma promessa, tá legal? Eu fiz uma promessa e alcancei a graça. Não vou comer chocolate nunca mais!
  - Sei... uma promessa, é?
  - É.
  - Tudo bem, se é importante pra você, pensarei em outra coisa.
  Ela já tinha ficado um pouco estressada, ponderou ele. Então, sem chocolates...
  - ...
  - Que foi? - perguntou ela.
  - É que faz sentido. Como não pode comer chocolate, exagera em todo o resto, não é? Hehehe!
  - PAF!
  - ...
(...)
  Outra noite. Hoje, ela aparenta estar um pouco mais amistosa. Tanto que ele achou seguro se aproximar.
  - Está de bom humor hoje, é?
  - É. - retrucou ela, rapidamente. - Mas não tão bom assim...
  Risos. A galera se aproximou. Todos conversavam sobre bobagens e riam facilmente. O clima era bastante agradável. Ele até chegou a poupar a surpresa de uva dela dessa vez...
  - Olha, eu vou te escrever um conto.
  - Hã?
  - É, um conto. Como não aceitou o chocolate, foi a única coisa na qual eu pensei. Não sou muito bom, mas vá lá. Você não fez nenhuma promessa quanto a isso, fez?
  - Não. - ela riu. - Tudo bem, aceitarei o conto. Vou cobrar, viu!
  - Tudo bem.
  Sabe, até que ele não era tão chato assim?
  - Hehehe. É estranho não ser esmurrado, estapeado ou esganado por você. Parabéns! Está deixando de ser aquela histérica, chata, ignorante, neurótica, estressada, enjoada, louca e assustadora...
  - PAF!
  (...)

  Uma manhã. Ela estava online, logada no Twitter. Ele também. Essa é mais uma daquelas coisas que acontecem no Twitter... O que você está fazendo?
  "Terminando o trabalho de economia. Agora só falta o fichamento do texto de filosofia..." - "twittou" ela.
  "@Guloseima Que fichamento é esse? Tou por fora! ^^" - "twittou" ele.
  "@Chato3 Devia prestar atenção na aula, pra variar! =P" - "twittou" ela em resposta.
  "@Guloseima Nossa, você realmente me ama." - "twittou" ele, em réplica.
  "@Chato3 kkkkkkkkkkkkkkkkkk Nem morta!" - "twittou" ela, e, tréplica.
  É, tem razão. Mas ela é bem interessante... Devia ser um pouco mais amigável. Mas e o fichamento? Que preguiça...
 
  Já ela, pensava na própria vida. Nas coisas que tinham acontecido até agora, tudo o que já vivenciara. Era estranho. Era algo que tinha ouvido há muito tempo: a vida é como uma peça de teatro. Por isso, cante, grite, chore, ame, dance e viva antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos. É como uma peça de teatro que não nos permite ensaios...
  Ela fechou os olhos. A vida se arrastava, dia após dia. Era preciso ser louco para se jogar de cabeça, sem medo de se esborrachar no chão. Feche os olhos, se jogue! É difícil. Ela pensou em Carpe Diem. Viva cada segundo como se fosse o último... Viva o hoje, sem pensar no amanhã. Cada momento era único.
 
  "Quando eu fecho os olhos, eu vejo a vida em slides." - "twittou" ela.
  Alguns minutos sem novos tweets. De repente:
  "@Guloseima Quando eu fecho os olhos, eu não vejo nada. Deve ser porque estou de olhos fechados..." - "twittou" ele.
  Apenas uma palavra surgiu na mente dela, murmurada naquele exato momento:
  - Ridículo.
(...)
  Naquele mesmo dia, à noite.
  - PAF!
  - Por que você me bateu? - indagou ele, massageando a costela.
  - Você é um ridículo.
(...)

  Mas uma noite, dias depois. Novamente, ela observava o mundo através da janela. O vai-e-vem das pessoas lá embaixo...
  - Lá no interior onde você mora, não tem TV não? - perguntou ele de longe, de surpresa. Ela fez mira e jogou a latinha de Coca-Cola com toda a força, mas errou. Ele se aproximou, agora cauteloso.
  - Fiquei sabendo que amanhã é seu aniversário. Te entrego o conto amanhã!
  - Como quiser. - ela voltou a observar os passantes, devorando um pacote de Rufles.
  - Nossa, você realmente gosta de se entupir com essas bobagens. Só nos últimos trinta minutos você comeu um pedaço de torta, uma surpresa de uva e tomou uma latinha de coca. Além da batatinha... O que mais me impressiona é que você não engorda nem um pouco. Pelo contrário, parece até que perdeu peso.
  - Quer apanhar, é? - ameaçou ela, estreitando os olhos. - Meu corpo é lindo, saudável e perfeito.
  - Sei... se você diz com tanta convicção...
  - CLING!
  - Você... grampeou meu dedo...
  - Devia era grampear sua língua!
  (...)
  O dia do aniversário. Ou melhor, a noite. Comemoração, cumprimentos, celebração. Abraços e sorrisos. Boas gargalhadas. Então, era hora de cantar "Parabéns para você" Não importa se inúmeros desconhecidos também estejam por perto...

  "Parabéns para você. Nesta data querida.
   Muitas felicidades, muitos anos de vida..."

  - Que mico... - ela deu um sorriso forçado, envergonhada.

"Haha! Huhu! Ô guria eu vou comer o seu bolo!
  Haha! Huhu! Ô guria eu vou comer o seu bolo!"

  Adivinha quem puxou essa? Ele mesmo...
  - O primeiro pedaço não é seu. - taxou ela, categoricamente.

(...)

  Hora dos presentes. Ele foi o último. Segurava umas folhas de papel datilografadas, e se aproximou confiante, esboçando um sorriso.
  - Eis o conto. Espero que goste.
  - Eu vou ler.  Mas se for mais uma palhaçada sua...
  - É a história da sua vida.
  - PAF!
  - Não precisava ter feito isso. Eu não quis dizer nada. Ah, é claro que não é a história da sua vida toda, é apenas um ensaio sobre nossas brigas e discussões. É cômico e divertido.
  Ela riu. Por essa ela não esperava...
  - Quer dizer que eu sou a personagem principal?
  - É.
  - Hum... você é mesmo um idiota. Por que escreveu sobre isso?
  - O porquê não importa... Saiba apenas que a vida é como uma peça de teatro que não nos permite ensaios. Antes que as cortinas se fechem, cante, grite, chore, ame e viva intensamente. Se jogue de cabeça, sem medo de cair. Feche os olhos e vivencie cada slide, como você mesma disse. Antes que a peça acabe sem aplausos... Mas se por acaso, isso acontecer, saiba que os meus aplausos você sempre terá.
  Ela ficou sem palavras. Não faz sentido. Por que ele se importa?
  - Por que escreveu o conto?
  - Porque eu tenho certeza que você é muito mais do que deixa transparecer. Achei que o conto poderia te mostrar isso...
  - Como assim?
  - Aquela pessoa rude e esquentada é apenas uma armadura que esconde a garota doce que ainda acredita no melhor da vida. Essa garota doce é você... tão doce quanto as guloseimas que come. É assim que eu te vejo.
  Ela o abraçou. Que milagre.
  - Obrigada. Como você consegue me aturar, hein?
  - Isso é um privilégio de poucos... - respondeu o escritor.
  Ela sorriu mais uma vez, e examinou as páginas datilografadas. Reparou no título.
  - Mais uma pergunta, seu ridículo e imprevisível... - e mostrou o título do conto.

GULOSEIMAS
  - Hum?
  - Esse título, por que você o escolheu? "Guloseimas"... Tinha que ter um tom irônico.
  - Eu pensei que se você consegue digerir todas aquelas porcarias, conseguiria digerir o que escrevi nesse conto, se ao menos tivesse um nome adocicado. Hehehe.
  - Paf!
  - Engraçado, esse tabefe não foi tão forte quanto eu esperava...
  - Você também não era tão idiota quanto eu esperava...
  - De qualquer forma, feliz aniversário!
  - Obrigada!

  E a festa teria continuado tranquila se não fosse pelo desastre da Fanta Uva, pela falta de Coca-Cola e pela falta de tato dele, ao fazer mais um comentário esdrúxulo...

**Dedico este à aniversariante, a doce garota por trás da armadura. Feliz aniversário, Arytãnia! 21/11/09**

(Next: Ensaio 0.9 - Indefinível)

- Imagem manipulada; - créditos:  Rena Yuki, in Deviantart; -


quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Ensaio 0.7 - Sob o Guarda-chuva...




Uma noite de chuva.

Foi numa noite qualquer, num período qualquer.
Chovia. Chovia forte. Chovia muito.
Dois estranhos. Sim, eles se conheciam. Eram estranhos apenas para os outros...
Um coadjuvante. Ele não será citado aqui.
Eram apenas dois estranhos sob um pequeno guarda-chuva.
SIm. Havia um guarda-chuva. Era pequeno, mal dava para os dois.
Um garoto e uma garota. Dois jovens estranhos.
Estava frio, estava escuro. Estava molhado também.
Eram apenas dois estranhos sob um pequeno guarda-chuva, numa noite chuvosa.
Foi uma noite inesquecível...
Voltavam para casa. Ele e ela. Ele a levava para casa.
Juntos.
Abraçados e espremidos sob aquele pequeno guarda-chuva, menor que o juízo dele...
Estava frio, estava escuro. Mas quem se importa?
Estava molhado também. Úmido. Mas e daí?
Era perfeito.
Juntos, seguiam em frente.
Ela contava histórias engraçadas. Sorria. Implicava com ele.
Ele fazia comentários idiotas. Ria. Implicava com ela.
Se envolviam  e se inebriavam.
A felicidade é um pouco estúpida. Mas está nos pequenos instantes...
Juntos, seguiam em frente.
A certa altura do percurso, ela reclamou de cansaço.
Seria verdade? Seria um motivo? Seria uma desculpa?
Ele se ofereceu para carregá-la nos braços.
Sob um pequeno guarda-chuva essas coisas acontecem.
Ela riu, ele riu, eles riram.
Ele sabia que não era forte o bastante.
Ela sabia que ele não conseguiria ir muito longe.
Ele a tomou nos braços e seguiram juntos.
Eram apenas dois estranhos sob um pequeno guarda-chuva, numa noite chuvosa.
Era uma situação estranha.
Ela continuou implicando e sorrindo. Era uma combinação incomum...
Ele continuava sorrindo e implicando. Não era de todo inédito...
A chuva continuava a cair.
Por algumas quadras, ele conseguiu. Mas...
A certa altura do percurso, ele não aguentava mais.
Ela percebeu, e falou que já não estava mais cansada.
Ele prometeu que um dia a carregaria nos braços, por todo o caminho.
Ela assentiu, sorrindo, e disse que jamais se esqueceria da promessa.
Era engraçado. Era estranho. Era aceitável. Era perfeito.
Risos.
Juntos, seguiam em frente.
Ele a olhava com outros olhos.
Ela o olhava com os mesmos olhos que o fizeram olhá-la daquele jeito.
Eram apenas dois estranhos sob um pequeno guarda-chuva.
E um coadjuvante encharcado e aborrecido. Passemos.

Aos poucos, a chuva abrandava.

Eis o fim do percurso.
Eles se olharam. Era a hora da despedida. O desfecho.
Ela sabia de alguma coisa.
Ele não sabia de nada.
Um abraço apertado. Um beijo simplório. Se despediram.
Ela se foi. Atravessou a rua. Os caminhos se separam.
Ele a observou partir.
Agora ele sabia.

O que importava de verdade era o jeito como ela olhava para ele, naquela noite chuvosa.
E como ele olhou para ela.
A chuva também se fora.
Era hora dele ir, também.
Eram apenas dois estranhos seguindo para casa.
E uma estranha sensação...
Adeus.




 **Dedicado à garota daquela noite inesquecível. A minha adorável (e intragável) Uxa.**


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- Image by Fbuk; Umbrella figure, in Deviantart. -












quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Ensaio 0.6 - Admiração


  

  A garotinha estava triste apesar de tudo. Entrou no quarto, trancou a porta, se jogou na cama e começou a chorar, apertando o travesseiro com muita força.
  Depois de muitas lágrimas e suspiros, ela finalmente reparou num estranho envelope em cima do criado-mudo. Quem será que o deixara ali? Ela não se lembrava de ter visto aquilo pela manhã. Seria uma brincadeira do irmão? Ou será que seria algum pertence dele, algo secreto? Ela já não o tinha proibido de invadir seu quarto?!
  Curiosa, levantou-se e pegou o envelope. Havia uma única palavra escrita em letras maiúsculas e um tanto inclinadas para a direita:
  ADMIRAÇÃO.

  - Hmmm... Deve ser uma carta de amor! Hihihi... quem se daria o trabalho de escrever uma cartinha de amor pra ele? - murmurou ela, um tanto maldosa.

  Ficara ainda mais curiosa. Já estava pensando na cara do seu irmão caçula quando soubesse que tinha esquecido o envelope no quarto e ela o tinha lido... Abriu o envelope, encontrando um papel dobrado em quatro partes. Haviam muitas palavras escritas no mesmo estilo inclinado, mas dessa vez as letras eram bem miúdas. Parecia ser uma poesia:


Admiro o seu jeito de ser.
Mesmo que já não seja mais.
Admiro o seu jeito de sorrir.
Mesmo que não queira mostrar.
Admiro o seu jeito de falar.
Mesmo que diga "adeus".
Admiro o seu jeito de ouvir.
Mesmo que já não me ouça mais.
Admiro o seu jeito de enxergar.
Mesmo que não me veja como eu sou.
Admiro o seu jeito de pensar.
Mesmo que eu não possa entender.
Admiro o seu jeito de agir.
Mesmo que lhe falte a iniciativa.
Admiro o seu jeito de gostar.
Mesmo que não seja igual ao meu.
Admiro o seu jeito de viver.
Mesmo que não viva por você.
Admiro o seu jeito de sonhar.
Mesmo que prefira a realidade.
Admiro o seu jeito de sentir.
Mesmo que se diga insensível.
Admiro o seu jeito de odiar.
Mesmo que seja a mim.
Admiro o seu jeito de amar.
Mesmo que não seja por mim.
Admiro o seu jeito de agradecer.
Mesmo que não haja um motivo.
Admiro o seu jeito de acreditar.
Mesmo que seja a única a crer em mim.
Admiro-te por te admirar.
E admiro-te por existir.
Admirável pessoa tão importante pra mim. 

- Para uma garota admirável. 


    Será que a carta era para ela? Só podia ter sido escrita para ela... aquela não era a letra do seu irmão. "Para uma garota admirável.", dizia o poema. Sem perceber, a tristeza tinha ido embora. A garotinha sorriu, e logo se perguntou: quem teria escrito aquilo?

** Dedico este a pequena e admirável Anny. **

(Next : Ensaio o.7 - Sob o Guarda-Chuva...)

- Image by EvanWilman; A love letter, in Deviantart. -


quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Prólogo I


 

  Para todos os lados que eu possa olhar é sempre a mesma coisa: eu vejo um bando de hipócritas cuidando de suas vidinhas medíocres, idiotas que não valem o ar fétido que respiram. Estranho. É mais ou menos isso que vejo quando me olho no espelho, mas no caso é apenas UM idiota...


   Liam Thomas, 17 anos. Atualmente cursando o 3° ano do ensino médio.


PRÓLOGO - PARTE I



 "Parece ser extremamente difícil perceber que o mundo está lentamente caminhando para a própria cova. Ninguém tem a coragem de fazer alguma coisa, QUALQUER COISA que possa realmente mudar TUDO. A sociedade me enoja. As pessoas preferem viver no comodismo, são preguiçosas demais para tentar e por isso negligenciam a possibilidade da mudança. Acredite, essa possibilidade existe, ou deve existir.
  Odeio pensar que esta seja a verdade, que não exista esperança. O rumo que as coisas estão tomando, toda essa merda. Não. Odiar já não é o bastante... Há apenas uma lacuna que não pode ser preenchida, uma angustiante sensação de vazio. É como uma fenda que esmaga o meu coração. É frustrante...
  Qualquer um pensaria logo em por um fim nisso. Quero dizer, será que não seria mais fácil me jogar de uma ponte? Não. O suicídio não adianta, pois não provocaria nenhuma mudança significativa. Absolutamente NADA. Os "cidadãos de bem" continuariam acordando, comendo, cagando e andando, e quem sabe, fodendo, para depois dormir novamente e TCHAM! amanhã é um novo dia. Espere um pouco, me deixem  reparar o "e quem sabe, fodendo", porque eles sempre fodem com tudo. O inferno são os outros, disse um gênio, certa vez. Será que na verdade, o inferno sou eu? Estou começando a considerar a hipótese...
  É como eu já disse, nenhum esforço, nenhuma mudança. E seria: "Buááá, morreu!". Mas e depois? Não sei se alguém iria no meu funeral. Aposto que o meu tutor, Lionel, preferiria tomar uns tragos por aí do que ter a decência (ou não) de me enterrar. Amigos? Não, eu não sou tão sortudo. E também, quem se importa? Quero dizer, quem se importa de verdade?
  Merda, chega dessa falsa autopiedade. Muitas vezes o meu raciocínio tende a seguir esse caminho. Vamos seguir em frente...
  Os senhores diriam que é fácil condenar os outros, mas e quanto a mim? O que eu faço pelo mundo? Se o argumento é esse, lá vai a resposta: é, eu sou covarde o suficiente para sentar ao lado deles à mesa da negligência e da ignorância. Aplausos. É assim que funciona. Irônico, não é? É um puta de um ciclo vicioso...
  Deve ser por isso que escrevo essas merdas. Digo, esses pensamentos, essas idéias. Como uma forma de extravasar todo o desapontamento, uma maneira de "fazer algo". Eu sou um estudante mediano sem nenhuma perspectiva de futuro. Uma pessoa sem nenhuma vontade. Talvez meu único e não comprovado "talento" seja escrever. O que eu poderia fazer? Brilhante..."

  Eis o prólogo. Liam suspirou.  Minutos após escrever o primeiro rascunho, tinha produzido a primeira página. Era inédito.  Deixou o bloco de notas em cima da escrivaninha, junto do copo de requeijão que servia de porta-canetas, do despertador eletrônico e de algumas folhas de papel usadas, e se largou na cama. Ficou observando o teto por muito tempo, pensativo, antes de finalmente adormecer.
  Sonhou com um bêbado suicida subindo as escadas sujas de um edifício abandonado... rumo ao desfecho de sua vida. Daria um belo conto...



  Ele ainda não sabia, mas um fato aparentemente irrelevante iria mudar para sempre a sua vida. E também a porra do mundo.

Continua!
(Next: Prólogo II)

- Image by Galifardeu; The Last Letter, in Deviantart. -



segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Ensaio 0.5 - Queda



"A loucura é o precipício da angústia."

  "É o fim. Estou subindo mais um lance de escadas, cantarolando baixinho. Ouço "Smells Like Teen Spirit". É extasiante... me ajuda a lembrar dos meus velhos tempos. Posso sentir um aroma entorpecente que faz minha cabeça doer um pouco. Queria saber de onde está vindo... Merda, sinto náuseas, será algum tipo de efeito colateral? Devo ter exagerado na dose habitual de sentimentalismo barato. Dou um sorriso forçado e continuo subindo...
  Agora falta pouco. Quando chego no último degrau, paro. Esfrego os olhos e pressiono as duas mãos contra a cabeça. A loucura atingiu seu ápice. Murmuro meia dúzia de palavrões e abro a única porta. Consegui... Vejo as nuvens, figurantes em um céu poluído. Ouço os sons da metrópole,  o barulho incômodo do trânsito congestionado. Mas que grande merda. Deixo o vento roçar em meu rosto... Suspiro e cruzo finalmente a linha tênue que me leva de volta ao início, preparado para evocar a morte. E de um jeito revoltante, espero.
  Recomeço a cantarolar. A faixa agora é "Rape me". Dou um pequeno sorriso insano. Ando até a extremidade do edifício e, meio desajeitado, subo no parapeito. Meus olhos fitam o asfalto. Esses mesmos olhos que carregaram por tanto tempo o sabor da angústia, famintos por alguma esperança... Esqueça. Cuspo lá embaixo, e a saliva grossa e branca se espalha na calçada. Solto uma gargalhada rouca e xingo alto. Empolgado, me desequilibro um pouco e quase caio. "Ainda não", penso, frustrado.
  Tiro uma pequena garrafa escondida nos trapos sujos que estava vestindo. "Johnnie Walker: Black Label", diz o rótulo. Que bom gosto. Entorno. Não tem mais nada, nem uma gota. Merda... Jogo a garrafa longe, ela cai e se espatifa na entrada de um beco distante, mas não acerta ninguém. Filhos da puta sortudos! Olho pra cima, para o tapete cinzento dos nossos dias. É uma visão triste, de certa forma. Mas não é para os céus que quero olhar... é para a Terra, sim, o mundo! A fruta podre que ainda aparenta estar suculenta. O palco das falsas verdades. Incontáveis. Ah, a Terra! Não poderia considerá-la egoísta por exigir meu corpo? Não importa, isso já não me interessa mais. Mas que viagem louca... É frustrante.
  Eu queria cantarolar mais alguma coisa, antes do último ato. Passo as faixas, uma a uma, procuro algo regional. Uma última homenagem. Que tal, hum... "Anjos Caídos"? Seria adequada ao momento. Deixo rolar. Mas que oportuno! Declamo a letra cantada, e começo a me mover. Pé ante pé, dança o idiota.
  Não chega a terminar. Caio, nem chego a saber o que aconteceu. Talvez tenha escorregado... Sinto um frio na espinha, uma estranha sensação, uma mescla de medo e serenidade... Por quê? Eu escrevi algo uma vez. Todos os pecadores são santos. Todos os pecados foram subjugados. O concreto, frio, duro e desprezível será o meu juíz. E o meu carrasco. Seria o paraíso, na verdade, o inferno?
  O mundo estava moribundo e morreu. Os homens, porém, se renderam à vida. Eles venderam as suas almas. São como vermes se alimentando da carne putrefata de suas convicções. Onde está a esperança? Onde estão os seus sonhos? São palavras vãs sem significado. É melhor viver por nada ou morrer por alguma coisa?
  Na verdade, eu queria gritar a plenos pulmões:

- Eu escolho o recomeço. Eu anuncio o fim. Eu ainda acredito que o mundo possa ser salvo!!"

  Parecia ser uma estrela cadente, mas aquela linha que cruzava a abóbada celeste era apenas um marco... um vínculo entre o princípio e o fim. As pessoas que passavam, ocupadas com seus próprios interesses, não a viram. Ele, porém, a viu, e percebeu que não era tarde demais. "Talvez," pensou ele, e com um leve sorriso no rosto, fecha seus olhos. Dois olhos cinzentos que jamais reabrirão. Agora, é como se tivesse asas para alcançar o infinito. É como se pudesse voar... A hesitação o abandona, e ao rolar da última lágrima, encontra o chão.
  Ouve-se gritos. Ao fundo, uma antiga canção soa em meio a confusão. "What a Wonderful World", anuncia o locutor, "...mais um clássico, aqui na Old Songs...". Irônico. O trânsito continua engarrafado. É quase impossível para a ambulância chegar até o corpo. "É frustrante.", murmura o motorista de um carro funerário, impaciente.

  Não muito longe dali, dois olhos cinzentos se abrem mais uma vez.


** Dedicado ao meu irmão Wolney, que me apresentou ao velho Buck. **


(Next : Ensaio o.6 - Admiração)

- Image by C0UG - A falling dream, in Deviantart.


SETOR 3




O blog "Setor 3", bem como seu conteúdo (poesias e contos) fazem parte de uma obra de ficção. Qualquer semelhança com pessoas ou fatos reais é mera coincidência. Os pensamentos, opiniões e ideologias expressados aqui não são necessariamente os mesmos defendidos e/ou desprezados pelo autor. O uso de referências é absolutamente criterizado em uma licensa artística, sem o objetivo de promover ou denegrir a imagem de quem quer que seja. Todos os direitos sobre esta obra estão reservados a pessoa do autor, e são preservados por uma licensa não comercial do tipo Creative Commons.

Enfim, deixando o papo-furado de lado, sejam bem-vindos ao Setor 3!