domingo, 3 de janeiro de 2010

Especial - Ode ao Recomeço



"O FIM ESTÁ PRÓSSIMO"
(mas nunca é tarde para nascer de novo...!)

    É dezembro. Mês de festividades, expectativas, alegria, boas ações, tensão capitalista... Eu até gosto de toda essa atmosfera natalina, cheia de gastos absurdos, excessos, ofertas imperdíveis, cores vibrantes, neve artificial, mensagens fraternais... além dos clássicos filmes B sobre o bom velhinho. Tudo, é claro, temperado ao som de horríveis ( e pegajosos) jingles natalinos. O que posso dizer? Eu "adoro" o Natal. Todas essas coisas superficiais que nem de longe evidenciam o verdadeiro sentido da comemoração, seja do ponto de vista cristão ou não... Ah, e quanto ao meu ponto de vista preferido - a origem pagã do Natal!? As pessoas nem imaginam de onde surgem os velhos hábitos...
    Eu sei que não estou sendo muito sincero quando digo que adoro esta época (estou sendo sarcástico, na verdade), mas só queria evidenciar que nada do que citei se compara ao que existe de pior nesses tempos tão "agradáveis". Se tem algo que eu odeio mas do que tudo nessa época (ei, agora eu estou sendo sincero!) é a terrível "sina" das compras. Ter de sobreviver em meio às multidões, sem fôlego, em busca de um singelo presente que vá agradar aos seus familiares, ao seu amigo secreto, ou, quem sabe, a sua namorada (sem dúvida, dentre os citados esta seria a tarefa mais difícil), é muito cansativo e frustrante.
    Estou andando pelo centro da cidade, fumando um cigarro, tentando aparentar um ar despreocupado; é o meu primeiro dia de folga depois de tanto tempo enfurnado lá na redação... diabos, aqui estou eu, rumo às compras. Mas ao menos isso posso me dar ao luxo de fazer sem pressa... afinal de contas, estou sozinho.  É inédito, pela primeira vez em muitos natais, estou indo às compras sozinho. Dou um largo sorriso. Um dia inteiro sem ninguém para me encher o saco, ninguém dando palpites idiotas sobre isto ou aquilo, ninguém namorando estampas chamativas ou lembrancinhas esnobes... Ninguém, apenas eu e centenas de consumidores em fúria. O sorriso já não me parece tão largo assim...
    Apesar de ser imensuravelmente entediante e cansativo fazer compras (principalmente este mês), não posso comparar isto ao corre-corre lá no jornal...  comprar é de longe, melhor. Eu acho. O cotidiano me consome a sanidade e alimenta cada vez mais a minha úlcera. Stress, pressão psicológica, cobrança... mas hoje não, ao menos espero. Calma! Estamos no início do mês, o desespero e a matança geralmente ficam para a última hora. É... esse pensamento me conforta. Conto com isso. Sem falar que ainda posso curtir um pouco o meu tempo sozinho, mesmo que seja enfrentando filas e mais filas para passar o cartão de crédito... 
    Sigo. Atravesso uma rua e paquero uma loira oxigenada que passa. Que gostosa... Um tipão, desses que devem enlouquecer um cara na cama, mas que não deve ter nada na cabeça além do vazio da superficialidade. Que pena. Dou uma tragada. Sem pressa, paro em frente a uma dessas bancas de revistas que mais parecem um fiteiro. Olho algumas revistas na prateleira mais próxima e percebo que mais da metade delas fala sobre uma tal profecia maia do fim do mundo em 2012... que baboseira. As pessoas acreditam em cada uma... Ignoro. Acima, admiro uma ou outra modelo rabuda (digo, sexy) dessas revistas digitais que vendem para os adolescentes espinhentos hoje em dia. Vejo as curvas moldadas no Photoshop, uma falsa delícia... Dou mais uma tragada, enquanto imagino o quanto me divertiria com ela, se tivesse alguma chance...
    Vou passando os olhos por uma ou outra notícia nos jornais à mostra. Que tédio... Porra, finalmente reparo numa declaração estampada na primeira página do principal concorrente (e puta-que-o-pariu, também é manchete da maioria dos tablóides mais escrotos do estado!):

"Bons jornalistas são os idiotas que escolheram uma outra profissão."

    - Mas que merda...?! - exclamei, deixando cair o cigarro da boca, surpreso, após ler esses dizeres em negrito. A frase estava logo abaixo da foto de um velho e decrépito senador (como tantos outros), envolvido no mais recente escândalo político (como tantos e tantos outros) figurando nas páginas da imprensa. Esta declaração polêmica teria fervido muito mais o meu sangue se eu ainda estivesse na faculdade (e eu com certeza teria cuspido na cara do filho da puta, para depois tomar partido em  mais uma manifestação com meus colegas universitários). Mas o que mais me irritou foi... o que mais me deixou puto foi o fato de, lá no fundo, considerar aquela merda... Não digo concordar, mas... Mas agora que estou do "outro lado", formado e batizado no ofício, marcado a ferro e fogo como gado, um legítimo "formador de opinião"... Eu posso até me esforçar em assimilar um outro significado por trás destas palavras... Em resumo, a decepção da realidade frustrou meus antigos ideais. É uma merda. Mas não vou deixar que minha frustração atrapalhe o meu aborrecimento ao ler esta frase... Esse velho corrupto não vai deixar de perder seus últimos pontos por causa disso... Afinal de contas, o filho da puta quis apenas alfinetar a imprensa e eu também faço parte dela.

  "O Senador soltou esta polêmica frase que alterou os ânimos dos jornalistas presentes, após ser pressionado por quase meia hora pela imprensa, que não abria passagem enquanto o mesmo, apressado, tentava chegar ao saguão do aeroporto (...) respondendo sem pensar ao comentário de um repórter da Folha do Estado, o Senador o alfinetou toscamente, ofendendo todos os profissionais da área (...)"

    Todos nós vinhamos acompanhando o mais novo caso de corrupção no Senado durante as últimas semanas; rendeu muito "pano pra manga", o que significa muito trabalho, mas também muitos jornais vendidos. Para mim, era o suficiente. "Hoje é meu dia de folga", pensei, "e, pelo menos por enquanto, vou deixar essa pra lá."
    Retomo a caminhada, pensativo. Em pleno Natal... cagadas desse tipo e até mesmo coisas muito piores não deixam de acontecer... Na verdade, acontecem o ano todo, todos os anos. Isso me desanima um pouco. Logo eu, taxado de insensível por minhas ex-namoradas... e também pela atual. Não me leve a mal, mas... eu não sou um cara insensível, sou apenas um cara frustrado. É, é isso. Depois de tantos escandâlos, tantos podres, tantas decepções... por debaixo dos panos, não pense que o mundo é cor-de-roza. E eu não estou falando apenas de política, mas de tudo, de um modo geral. Esses velhos conceitos, como política, religião, justiça, igualdade, liberdade e amor (e outros). Não alimento maiores esperanças. Pode me chamar de pessimista. Eu me consideraria realista.
    A sociedade atual se perdeu. Vivemos em uma realidade puramente comercial, onde o que importa é como as coisas aparentam ser e não como elas são de verdade. É uma pena, mas é por aí. Até mesmo as instituições religiosas, que deveriam ser um alento de esperança, nos decepcionam envolvendo-se em escândalos e falcatruas. Já cansei de ler (e redigir) pautas sobre padres pedófilos, pastores estelionatários, terroristas islâmicos, agitadores católicos... e inúmeros outros idiotas que fingem acreditar em ideais totalmente diferentes do que realizam na prática. Tolice. São apenas uns hipócritas. Me lembro da letra de Imagine, aquela notória canção do John Lennon, e começo a entoá-la mentalmente, idealizando um mundo perfeito. Se eu fosse traduzí-la, ficaria  mais ou menos assim (aviso que não sou tão bom em inglês):

"Imagine que não há paraíso
É fácil, se você tentar
Nenhum inferno abaixo de nós
Acima de nós, somente o céu
Imagine todas as pessoas
Vivendo para o hoje
...
Imagine que não há um país
 Não é difícil de se fazer
 Nada pelo que morrer ou pelo que matar
 E nenhuma religião também
Imagine todas as pessoas
Vivendo a vida em paz (...)"

    Acho difícil imaginar, e mais difícil ainda se tornar realidade. Mas, sei lá, a esperança é a última que morre.
    Sigo. Enquanto caminho (pensando em todas essas coisas), chego a um beco fedorento, próximo a uma encruzilhada qualquer. Sentado no chão, escorado na parede encardida do beco, vejo um mendigo (muitas pessoas passam a vida toda sem reparar neles) segurando  um tosco pedaço de papelão onde estava escrito "O FIM ESTÁ PRÓSSIMO". Sorri naturalmente ao reparar no erro gramatical, e por este motivo decidi me aproximar do homem.
    - Olá, companheiro. Como vai? Desculpe, eu não pude deixar de notar, mas sabia que os dizeres na "placa" estão errados? - comecei, tentando ser bem cordial.
    - Como assim? - respondeu ele, dando um sorriso inesperado. Era bem mais simpático do que imaginei... e bem mais velho. Eu não mencionei, mas ele era velho. Infelizmente, não deixei de notar sua aparência lastimável: tinha uma longa barba cinzenta (que em outras condições poderia ter sido branca), muito cheia; seu cabelo era despenteado, crespo, rente ao crânio e também muito sujo; a pele era magra e pálida, um pouco manchada e encharcada de suor (o calor estava realmente desgastante naqueles dias); vestia trapos rasgados e estava descalço. Mas o que ficou registrado na minha memória (pois depois desse encontro me lembraria para sempre daquele estranho), o que mais me impressionou foi o seu jeito de olhar, como se estivesse olhando diretamente para a minha alma. Era alguma coisa no brilho daqueles olhos profundos, algo que revelava uma grande experiência. Sei lá... Ele era apenas um mendigo, mas aqueles olhos revelavam algo sobre a sua essência (na falta de um termo melhor) que eu não conseguia entender. E no momento eu não poderia compreender, mesmo se quisesse.
    - A placa diz exatamente o que tem de dizer. Não há nada errado com os dizeres dela, meu filho.
    - Não foi isso que eu quis dizer, meu velho. Acontece que... bem, não me leve a mal, mas o senhor escreveu "próximo" com "SS". É esse o erro. Me desculpe, mas eu não pude deixar de notar... queria apenas avisá-lo, entende?
    - Ah! Isso! É, realmente... mas não se preocupe, eu sabia que tava errado, escrevi assim para chamar atenção. E veja, deu certo! Certíssimo! - e deu uma gargalhada de alegria. Ele realmente se empolgara: parecia um doido varrido rindo daquele jeito...
    - Está certo! Certo, certíssimo! Não acha genial? Hahahaha!
    - ...
    "Esse velho... aposto que é um desses loucos que ficam rindo à toa por aí, depois de encher a cara. Deve ser um vagabundo, logo se vê que nem tenta arrumar um emprego decente... Pobre diabo. E veja como ele está contente, olha só em que situação fui me meter... ele deve estar bêbado, o safado."
    - Errr... até.
    Resolvi ir embora enquanto podia. De repente, o velho parou de gargalhar e perguntou em voz alta, antes que eu tivesse me distanciado:
    - Espere! Onde vai? Não poderia me ajudar? Um pequeno favor... Afinal de contas, é Natal, meu filho! - e me estendeu a mão direita, fazendo um sinal indicativo com os olhos, que eu não entendi muito bem.
    Voltei e sorri amarelo. "Ah, claro... ele quer uma esmolinha. Provavelmente para encher a cara. Mas eu não tenho nenhum trocado, que droga, quem sabe se eu desse algum, ele me deixasse ir...", pensei, aborrecido.
    - Me desculpe, senhor, mas não tenho trocado. Quem sabe na próxima? - e me virei para seguir em frente.
    - Não, não é isso! Eu estava apenas pedindo um pequeno favor, uma ajudinha sua.
    - Hã?
    - Poderia pegar este velho violão, esse aí, do seu lado direito, e trazer pra mim? Minhas costas estão me matando e minhas pernas também; só pra poupar que eu me levante, só isso! Dor na junta não é mole não, meu filho!
    Olhei para o lado. Tinha mesmo um violão escorado na parede, velho e sujo, a madeira já desgastada, com algumas cordas (umas duas) enferrujadas... eu duvidei na hora que alguém pudesse tocar qualquer coisa usando um violão naquele estado. O instrumento não estava fora do alcance das mãos do velho; se ele se esticasse um pouco, poderia pegá-lo. Ainda assim, peguei o velho "Kaxyma" (uma marca pirata, pelo visto) e levei até o "velho doido".
    - Aqui está. Você toca? - perguntei, descrente. De repente me lembrei que queria ir embora e seria um erro puxar assunto. Tarde demais.
    - Mas é claro, meu rapaz! Claro que sim... Quer ouvir uma canção? Eu a chamo de "Ode ao Recomeço"... bonito nome, não é? Eu mesmo inventei!!! Hahaha! - e, deixando o papelão de lado, posicionou o violão, preparando-se para tocar. Dei mais um sorrisinho amarelo e olhei para o relógio, deixando escapar um suspiro de impaciência... Hesitei um pouco, mas acabei concordando.
    - Tudo bem...
    - Então lá vai! Woohoo! - começou ele, loucamente, sem me dar tempo para mudar de idéia:

"Abram os olhos, homens mortais
Ouçam atentos, esta canção
Sigam o som da minha voz
Prestem atenção nos meus sinais:

Selva de pedra inundada
Afogada em sentimentos vãos
Ideologia infundada
Sonhando com os pés no chão.

Caia sociedade morta agonizante!
É dia de Natal!
Fora insanidade humana intolerante!
É dia de Natal!
 Fale ao moribundo louco alucinante!
É dia de Natal!
Salve o mundo livre-arbítrio fulminante!
É dia de Natal!
É dia de nasceeer... de novo!!!

Abram a mente, homens mortais
Escutem enfim, com o coração
Matem os seus medos e suas vontades
Aceitem a promessa da Salvação:

Nossa esperança é podada
Sem chances de que irá crescer
Nossa fé é testada
Será que ela irá vencer?

Clame ao novo mundo pobre ignorante! 
É dia de Natal!
Viva à falsa liberdade estonteante!
É dia de Natal!
Chorem idiotas nesta terra suplicante!
É dia de Natal!
Acredite na mudança escória irritante!
É dia de Natal!
É dia de nasceeer... de novo!!!

    Poucos aplausos; o cara me pegou de surpresa. Até que ele não era ruim... era impressionante o modo como poderia tirar alguma melodia daquele violão detonado. A letra era bastante interessante também... e o jeito de cantar, parecia que estava declamando e não cantando os versos. Para um pobre coitado, um mendigo, com um violão de quinta, fora uma demonstração além do esperado. Senti um certo constrangimento por tê-lo subestimado; era um verdadeiro artista, um talento não lapidado, é verdade, mas ainda assim, havia uma beleza rústica naquela apresentação. Uma pequena centelha de talento...
    - Então, meu rapaz, o que achou? - perguntou ele, sorrindo, após escorar o violão novamente na parede.
    - Eu gostei. - abri a carteira, retirei uma cédula de R$ 10,00, algo que nunca fiz por nenhum mendigo na vida, e a ofereci ao velho. Ele sorriu mais uma vez e pegou a cédula, agradecendo muito.
  - Não precisava, meu filho. Não precisava... se eu não necessitasse, não aceitaria. Cantei com o coração, não por dinheiro. - e eu vi em seus olhos que falava a verdade.
    - Disponha, senhor. O senhor merece... tome, aqui está o meu cartão. O senhor poderia se tornar um grande artista, não está interessado? Eu tenho alguns contatos nesse meio...
    - Não, meu jovem, obrigado. Estou velho pra isso; mesmo assim, agradecido.
    Então, como ele não dera sinais de querer o cartão, o guardei na carteira. Eu sabia: era um vagabundo.
    - O senhor é quem sabe... mas seria um sucesso, tenho certeza. Poderia sair das ruas...
    - É gentileza sua... mas tenho uma missão importante, meu rapaz. Uma missão muito importante!
    "Que cara doido. O que será que ele vai aprontar dessa vez?"
    - Jovem, todo mundo nasce com um propósito. Você entendeu a mensagem da minha música?
    - Perdão?
    - A mensagem, filho, a mensagem da música! - e agitou as mãos, como um maestro, no ar.
    "Como assim? É claro que entendera a letra... o que o velho queria dizer?"
    - Eu prestei atenção na letra. É bem interessante.
    - Mas você a entendeu? Entendeu mesmo? Porque nunca é tarde, meu rapaz, nunca é tarde! - e dizendo isso, voltou a pegar o pedaço de papelão, exibindo mais uma vez os dizeres "O FIM ESTÁ PRÓSSIMO".
    "Eu sabia... o cara é louco. Mas é um cara interessante, afinal de contas... Se fosse rico, chamariam-no de excêntrico."
    - Sei... bom, até um dia, quem sabe? Foi bom conhecê-lo, err, senhor...?
    - Hum?
    - Seu nome... qual é o seu nome, senhor?
    - Ah! Me chamo Joshua! Pode me chamar assim... era o nome do meu pai. Ele era um grande homem... Foi rei em uma terra distante e esquecida. Mas eu... Sou apenas um velho músico que nada tem de artista... - e sorriu.
    Rei? Sei... duvido. E outra: que nome estranho... será que ele é descendente de judeus? Bom... eu que não vou perguntar. Tenho que ir, já perdi muito tempo. E ainda vou enfrentar muitas e muitas filas até o final do dia... que canseira.
    - Prazer. Me chamo Ricardo, Ricardo Martins. Sou apenas mais um jornalista. Então até um dia, Joshua, nos vemos por aí. Foi um prazer, mas eu tenho que ir.
    Antes que ele pudesse puxar assunto novamente (o que seria muito chato), apressei o passo e segui adiante. Já ia atravessar a avenida, quando de repente, escutei o chamado aflito do velho. Aborrecido, parei e olhei para trás.
    - O que foi? - perguntei, num tom irritado.
    Ele sorriu, triunfante, antes de dizer:
    - Não está se esquecendo de nada, meu filho? Algo muito importante?
    - Hã?
    Foi tudo muito rápido: uma freada brusca, um ruído de motor velho roncando, um estrondo e mais nada. Me virei e olhei para a avenida. Estava um caos. Aparentemente, um Chevette tinha avançado o sinal vermelho, por pouco não atropelando alguém, mas acabou se chocando violentamente contra um poste mais adiante, do outro lado da rua. Se eu tivesse atravessado essa mesma avenida, segundos antes, teria sido atingido? Não sei dizer... Talvez sim, é provável. Me voltei para o velho, o coração batendo forte, ainda assustado com o  recente acontecimento, para agradecer ao pobre diabo por ter salvo a minha vida. Mas ele não estava mais lá; não havia sinal dele em lugar nenhum, nem mesmo do violão Kashyma outrora encostado naquela mesma parede. Nada, apenas um pedaço de papelão onde estava escrito: "O FIM ESTÁ PRÓSSIMO". Me aproximei, ainda mais assustado. Puta merda, onde está o cara? Para onde ele foi? Mas o que foi isso...?
   Caramba... Ainda não consegui assimilar o que aconteceu. Pego o pedaço de papelão, ainda procurando o velho pelo local. Ele teria corrido no susto? Deve ter sido. Distraidamente, viro a "placa", assim, ao acaso, e atrás dela, encontro os dizeres: "EI, NUNCA É TARDE PARA NASCER DE NOVO...", escritos em tinta vermelha.
    - Nascer de novo...? - murmurei, antes de olhar para trás, na direção do acidente, cuja cena já era cercada por uma multidão de curiosos... Teria sido apenas uma grande coincidência?

**Previsto para ser postado originalmente no dia 25/12/2009, mas devido a uma falha de acesso à minha conta no Blogger, o "Especial 1.0" acabou ficando para este mês. Peço desculpas e espero a compreensão de todos. Até! **


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